sexta-feira, outubro 27, 2006

Clop Clop Clop


Terreno pobre, pouco fértil, ao contrário de outras aldeias vizinhas, eminentemente agrícolas. Chão de serra, do solo só brota urze e carqueja. Por isso, não admira que daqui tivessem saído braços fortes que, de sol a sol, cavaram, araram, revolveram e ceifaram os campos dos lavradores dos Casais das redondezas. Saíram daqui, anos a fio, carroças, galeras e camionetas, carregadas de lenha, o combustível que durante décadas alimentou as lareiras da capital. Trouxas de roupa lavada, cuidada e perfumada na urze e na murta da serra, saíram daqui diariamente, rumo às freguesas de Lisboa. Actividade preponderante para a economia doméstica das nossas avós, estendeu-se um pouco por toda a região saloia, tendo até sido tema de um clássico do cinema português dos anos 30 do século passado.

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